Qual é o núcleo do personagem Ilusionista? Olhares curiosos, pensamentos viajantes e perguntas infinitas: Mágico? Você vive de mágica? Como surgiu essa idéia? De vez em quando as mais bizarras: Você mora numa gruta? Rs.
Compreendo perfeitamente esse choque cultural das pessoas leigas. Estamos no Brasil, país que não tem a menor tradição na Arte Mágica. Posso contar nos dedos os meus colegas que realmente vivem de Ilusionismo, estudaram e se sacrificaram por algo maior que eles mesmos.
Representamos uma classe milenar belíssima. Somos quase super-heróis escondidos pela sociedade. Igual aos “Narizes de Ouro” por exemplo (apenas meia dúzia no Brasil). São pessoas que criam aromas artificiais para grandes corporações. Seres humanos que se fecham num quarto branco completamente nus com apenas um balde repleto de framboesas por exemplo. Sua missão é entrar na alma da fruta, esfregando-se inteiramente durante horas até descodificar o aroma e finalmente reproduzir artificialmente em laboratório.
Profissões excêntricas, místicas e curiosas que sobreviveram aos mais perigosos desafios como as Guerras, Eleições e até Copas do Mundo! Mas afinal? O que é ser Mágico? Qual é a essência do personagem Ilusionista? Podemos responder com algumas definições colecionadas durante anos:
A Mágica é a arte da transformação.
A Mágica nos transporta para nossa infância, o período em que nada fazia sentido e o mundo era uma infinita surpresa.
A Mágica é a lógica do impossível. A arte que causa a mais confortável frustração intelectual.
A Mágica é o profundo desejo de transformar o dia-a-dia em algo fantástico.
A Mágica bem feita desperta no público um assombro infantil.
A verdade é que todos nós artistas criamos nossas próprias realidades. A pessoa coloca uma máscara, e subitamente um novo ser está presente. O Artista pega tinta, pincel e transforma uma tela branca numa flor ou montanha que não se encontra em nossa realidade mas em uma ilusão, Mágica!
